terça-feira, 15 de novembro de 2011

À solta não senhor cão... com trelinha e pela mão!

Olá, como prometi aqui estou eu a dar mais umas patadas nas teclas…

Hoje queria falar de uma coisa que é muito comum mas que pode tornar-se perigosa para nós caninos. Eu cá confesso que até gostaria de andar à solta para dar umas correrias mas o que é bom nem sempre é o melhor e pode correr mal se não for bem calculado.

Quantas vezes ando pela rua no meu trabalho e aparecem canitos à perna solta pela rua e ainda por cima em zonas bem perto de estradas movimentadas. Ainda no outro dia íamos a passar e um carro por pouco não magoava a céreo um desses meus amiguinhos que passeava na boa com o dono a uma distância que não lhe podia valer.

Sabem? Eu até sei do meu ofício e não me posso distrair mas quando vejo algum dos meus amigos à solta ou eles se aproximam de mim deixo falar mais alto a vontade de brincar e distraio-me colocando o meu trabalho em segundo plano. Até hoje nada aconteceu mas para que me ajudem a cumprir melhor a minha missão peço que quando andarem pela rua com os vossos patudinhos os levem pela trelinha para que não só estejam mais seguros mas também para não terem a tentação de brincar com outros que tal como eles são cães mas que desempenham funções de ajuda aos seus donos.

À solta não senhor cão… com trelinha e pela mão!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Saudades da canita?

Olá, faz algum tempo que não passava por estes lados para por a pata nas teclas e rabiscar qualquer coisa mas isto da crise também não passa ao lado cá da canita e vai daí tive uma crise de tempo e pimba não vim aqui.

Há quem fale da vida de cão mas embora eu cá não me queixe da minha porque comidinha a horas tenho, festinhas QB não me faltam e nanar é coisa que eu cá até faço e muitas vezes porque isto de bater um ronco até favorece a beleza, entre uma viagem e outra; uma aventura e mais outra aventura; e também muita brincadeira acabei por deixar ao abandono este meu espaço.

Mas agora prometo voltar.

Tinham saudades minhas não era?

Já cá estou de volta para contar as minhas aventuras e dar a minha opinião sobre algumas coisas que vou vendo porque isto de ser cão não significa passar ao lado das coisas ou mesmo desviar-me da realidade. Para desvios já me basta os dos postes e outras coisinhas tipo convite a fazer todo o terreno que tenho de ultrapassar nos meus percursos na rua para que o meu dono não dê umas toladas ou torça uma pata que na linguagem deles se chama pé e que eu cá não estou a ver a diferença entre uma coisa e outra…

Bom hoje já chega porque agora é tempo de me aquecer na mantinha porque lá o São Pedro já nos resolveu brindar com uma regadela matinal para começarmos a semana viçosos.

terça-feira, 16 de junho de 2009

As patinhas voltaram às teclas

Faz mesmo muito tempo que aqui não vinha contar o que me vai acontecendo mas o certo é que o tempo nem sempre dá para tudo e a malta até se esquece que de vez em quando tem de escrevinhar umas coisinhas para a malta amiga saber as novidades.

Passaram seis meses desde que começou a minha caminhada ao lado do meu companheiro de jornada e o certo é que cada vez nos sentimos mais unidos quer no trabalho quer nos afectos.
Foram tantas as histórias de seis meses de vida em comum que algumas dariam para rir e outras nem tanto porque quando nos prendemos a alguém sorrimos no seu sorriso e choramos nas suas lágrimas e neste tempo vi o meu companheiro sorrir mas também chorar e muito pela perda de alguém muito querido que tive a felicidade de conhecer embora deitado já na sua cama onde percorreu os últimos passos da sua caminhada terrena.

Ainda senti a sua mão trémula percorrer o meu pelo e dizer-me para fazer pelo meu companheiro aquilo que ele já não conseguiria fazer.

Foi bom sentir a sua confiança em mim mas a responsabilidade que vem de um pedido do alto dos 86 anos de alguém chega a arrepiar.

Também foi lindo o reencontro com a minha educadora primeiro aqui no Algarve e depois em Coimbra onde fui vedeta num Jogo entre a Académica e o Porto para divulgar a campanha de solidariedade para com a minha escola oportunidade que deu para rever muitos dos meus grandes amigos dos quais tenho grande saudade.

Bem, tenho tanta coisa para contar mas ao colocar as patas neste teclado até se me baralham as ideias por temer esquecer algo que seja realmente engraçado de dizer.

Tenho passeado muito e brincado bastante. O quintal da avó é uma maravilha para jogar à bola e os passeios que agora em noites quentes dou são maravilhosos.

Por falar em calor hoje está mais fresquinho mas tem estado cá uma brasa…

Bom para terminar isto com ar de anedota deixem que vos conte a história de um canito sim porque aqui nestas terras marafadas um cão pequeno é um canito e até eu já fui chamada de canita mesmo com este tamanho que não é exagerado mas não tem nada a ver com o daquele trinca espinhas que todos os dias de manhã me dava cabo do juízo e nem respeitava os meus rosnados para o colocar no sítio.

Vejam bem que o anão queria armar-se em bom e foi logo tomando liberdades que não se tomam com uma menina de respeito que até fala francês e não toca piano mas guia alguém que toca.

Tudo ficou resolvido quando o meu amigo lhe fez sentir a textura da minha trela bem no lombo para ele ver que quando não se respeita uns rosnados há sempre uma trela disposta a repor a ordem.

Agora prometo não ficar muito ausente mas vocês digam também qualquer coisa aqui nos comentários para que isto fique mais animado porque histórias não vão faltar e a minha cauda já abana pelo dia 11 de Julho.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Um Domingo de emoções

O meu domingo começou igual a tantos outros Domingos com a minha rotina de todos os dias a ser cumprida de uma forma bem mais descontraída e até a ida ao jardim na manhã dominical se torna um pouco diferente ainda mais quando o dia é de sol…

A minha ida à varanda para a escovagem também foi normal e até a brincadeira ao domingo mais prolongada que nos outros dias me colocava longe das emoções que estavam para chegar…

Saímos de casa normalmente e lá ia eu no meu passo sem calcular que caminhava ao encontro de um domingo de emoções.

A minha alegria foi enorme quando num instante vi ali à minha frente os amigos tão queridos que fazia tanto não estavam perto de mim… eram a Lili e o Alex a minha família de acolhimento que tanto me ensinou e tanto carinho e afecto me transmitiram ao longo do tempo em que estive junto deles.

Foi óptimo sentir de novo os seus carinhos e reviver brincadeiras nomeadamente com o Dufi aquele cachorro irrequieto a quem de vez em quando tenho de rosnar para o colocar no sítio porque como mais velha tenho de ensinar as crianças a portarem-se como deve ser…

É lindo quando podemos rever aqueles de quem gostamos e mesmo que ao dizer-lhes até breve nos fique um nó na garganta ficamos com um gosto de felicidade e afecto que por palavras se torna difícil de descrever.

Foi óptimo correr na praia, sentir o sol beijar-me o pelo e num abraço de alegria e liberdade lançar-me numa corrida para o mar onde me senti uma verdadeira sereia em versão 4 patas…

Quando chegamos a casa e depois de uma chuveirada de água doce fui para a minha manta dormir um pouco, acreditem que até me esqueci de sonhar porque a realidade do meu domingo de emoções foi por si mesma um sonho muito querido.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Carnaval com samba e parabéns

O passado fim-de-semana foi realmente agitado com essa festa que se chama Carnaval e na qual participei a trabalhar!

O meu dono como sabem ou se não sabem ficam a saber anda nas músicas e no Carnaval teve de animar a malta e claro também a carteira que quer em crise ou não uns Euros são sempre bem vindos…

Lá fomos para o restaurante do costume onde trabalhamos 3 dias e não é que a malta gostou?

Gostaram das músicas e também desta vossa amiga que já faz parte integrante da equipa do restaurante e que modéstia à parte mesmo deitadinha ali ao lado do artista faz tanto ou mais sucesso que ele…

Bom falei do Carnaval porque para mim e para o meu dono teve um sabor especial já que na Terça de Carnaval dia 24 eu fiz 2 anos de vida…

O dia começou para mim com os cumprimentos normais mas com um abraço bem apertado e os votos de parabéns com muitos beijinhos à mistura… e como eu gosto de uma boa beijoca!

Depois foi a rotina normal de todos os dias com a minha refeição e a minha ida ao jardim…

O dia estava com um sol radioso e fomos para a varanda brincar e claro tratar da minha beleza com uma boa escovadela e o meu habitual perfume de manga que me deixa nos trinques e com um pelo de veludo…

Depois foi o relax de uma tarde bem passada em casa e ao final da qual fomos até uma esplanada gozar os prazeres do bom clima destas paragens algarvias.

Queria deixar uma lambidela para todos os que nesse dia resolveram enviar-me mensagens. Fiquei muito feliz por saber que o meu aniversário começou a fazer parte do vosso calendário de eventos…

Foi assim o meu dia de anos e o meu Carnaval em que tal como todos os dias me mascarei de cadela mimada e mais uma vez me senti muito querida…

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Um latido de saudade

Hoje a tristeza bateu à minha porta e acreditem que poucas são as vezes em que a deixo entrar…

Lembram-se da micas de que vos falei faz algum tempo e com quem brinquei algumas vezes e até disse que iríamos correr na praia?

Ela deixou-nos…

Partiu e deixou em nós a marca da sua alegria e do seu carinho que se espelhava em cada gesto seu;

Deixou-nos e em seu lugar ficou uma saudade daquelas que fazem doer bem fundo mas que nos fazem sentir privilegiados por ter passado pelas nossas vidas embora de uma forma demasiado breve um ser tão sublime e tão marcante;

Micas, obrigado por quanto de ti nos entregaste, por tudo quanto de bonito aprendemos na tua companhia…

Acredito que de onde estiveres nos vais ajudar a suportar a dor da tua ausência e te vais fazer presente em cada momento que a doce recordação da tua passagem pelas nossas existências despertar em nós um sorriso de carinho e gratidão.

Foi curto o tempo que tivemos para desfrutar da alegria de estarmos juntas mas o suficiente para teres deixado a tua marca na no cantinho do meu coração onde só assina quem for verdadeiramente especial…

Lá do teu cantinho no paraíso vela por todos que tal como tu e eu foram e serão por todos os tempos o olhar de quem não vê.

Cantal

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Desliguem o complicador!

Começar a escrever qualquer coisa com uma pergunta parece esquisito mas gostava de vos perguntar se o meu nome é assim tão difícil de dizer e/ou entender?

Quando alguém pergunta o meu nome e a resposta chega constituída apenas por meia dúzia de letras que formam a palavra Cantal, as pessoas ficam assim meio que como se tivessem ouvido a mais difícil palavra retirada do mais elaborado ensaio sobre qualquer temática alheia ao senso comum.

Chamam-me Chantal, Quental, e até já me chamaram Santal o tal que é filho da fruta…

Bom ou quem me deu este nome não avaliou as consequência do baptismo ou os que o ouvem têm o complicador de tal forma ligado que complicam o que nada tem de complicado…

Mas voltando ao nome santal que até é nome de sumo, ainda prefiro isto a scotex…

Quando descobri o que isto era a minha vontade foi meter-lhes o dente num sítio que eu cá sei…

Mas o meu nome até é de queijo famoso e de difícil nada tem, porque razão custa tanto pronunciar ou entender apenas seis letrinhas?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Entre o palco e o mimo

A semana passada foi realmente uma daquelas que se chama verdadeiramente atarefada tanto que nem por aqui passei para ladrar qualquer coisinha…

O meu dono tinha um trabalho muito importante lá nas coisas da música e até tivemos de ir a ensaios e tudo…

Aquilo até foi curtido porque bati lá umas sornas num tapete que lá havia enquanto eles lá iam tocando.

Numa noite de ensaio apanhamos um táxi para vir para casa e por falta de espaço à frente o meu dono veio comigo para o banco de traz onde por mais que me esforçasse não tinha lá muito espaço para me acomodar. Não fui de modas e saltei para cima do banco porque o senhor disse logo com um ar de quem gosta de servir bem os clientes ao meu dono para me dizer para deitar no banco.

Foi uma viagem diferente e muito confortável…

Mas voltando às músicas, o dia do tal concerto chegou e eu nessa semana até visitei umas rádios onde fui recebida como uma verdadeira artista…

Mas artista artista, foi no palco na hora de entrar…

Comecemos do início quando lá chegamos para arrumar o material foi uma alegria ver lá o meu tapete tão querido dos dias de ensaio. Era o tapete da bateria que tinha espaço para o instrumento e para mim.

Ali fiquei deitada enquanto tudo era preparado para que nada falhasse.

Quando tudo ficou pronto e afinado fui comer para o camarim e o meu dono levou-me a um jardim muito fixe onde gostei de estar na relva e descarregar as emoções do meu organismo.

Depois fomos ao restaurante e voltamos ao local do concerto.

No camarim esperamos pela hora e quando o meu dono foi para palco fazer a primeira parte eu fiquei ali na fila da frente a esperar pelo meu momento…

Foram apresentados os elementos da banda e logo de seguida aí estava a minha entrada triunfal sendo que por vezes nestas coisas uma cadela até se esquece das mais elementares regras do protocolo e lá dei um salto ou dois ao meu dono e claro as habituais dentadinhas na manga da camisa.

Foi emocionante tantos aplausos para mim, senti-me uma verdadeira vedeta que todos aplaudiam apenas por ter manifestado o quanto gosto do meu dono.

E sabem que não querendo ser convencida ele também me adora porque tanta gente à volta dele e nunca falta o afago ou o beijinho à sua loirinha de 4 patas…

Gosto muito de ser artista mas adoro ser a cantalita mimada e que todas as noites leva o beijinho antes de dormir e que ao amanhecer dá e recebe o mais alegre e amoroso bom dia.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A malta que ladra

Olá hoje quero falar-vos de alguns amigos que conheci recentemente 2 dos quais guias como eu…

O Nobel e a Micas.

Eles foram educados pela mesma instrutora que eu e cruzaram o meu caminho porque os seus donos são amigos do meu dono e olhem que já fiz umas boas brincadeiras com eles…

O Nobel é mais reservado ou então ficou tímido por estar na presença de uma dama que até é da sua cor mas debaixo de uma mesa de restaurante ainda trocamos umas beijocas porque no aproveitar é que está o ganho e a ocasião atiça o cão…

Quanto à micas ela mora mais perto e é uma brincalhona daquelas… já demos umas boas corridas e como ela mora por aqui perto ainda iremos dar umas boas voltas pela praia que é uma coisa que eu adoro…

Nós os 3 até temos donos curtidos que brincam connosco e nos fazem sentir muito bem dispostos por isso gostamos de estar juntos e com os nossos donos…

É um ambiente bem baril!

Agora vou falar do Rex, é um trinca espinhas pequenino mas bem arrebitado que mora no meu prédio e que de vez em quando lá nos encontramos no jardim ou nas escadas…

O cachorro até é giro eu é que não estou para o aturar e sigo a minha vida porque sou guia e não educadora de infância, mas às vezes lá brinco com ele mas sempre mantendo as devidas distâncias.

Bom continuando a falar de coisas que ladram, pelo meu caminho encontro sempre alguns chatos que tentam distrair-me. Umas vezes confesso que até conseguem que lhes conceda a minha atenção mas na maioria das situações estou-me completamente nas patas para eles e sigo a minha vidinha…

Sabem? No fundo até gosto da malta canina e sinto saudades dos companheiros de 4 patas de outros tempos…

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Estrela de 4 patas

Sinto que sou muito querida… aqui todos gostam de mim…
A mãe, o Pai, os manos Tó e filipe, Raquel e o pequenino Miguel, o Ricardo filho e claro a Marta…

Deixei de propósito a avó uma velhota toda lampeira que olha para mim com um ar de quem não se importava nada de me encher um bom prato de comida e se eu quisesse ainda me dava mais qualquer coisinha…

Aquela mulher é gira…

Passa-me a mão no pelo como que a tirar as medidas para ver se eu estou bem cuidada porque ela ainda é do tempo que gordura é formosura.

Naquela noite chegamos da casa da avó um pouco mais tarde que o costume e estávamos apenas eu e o meu dono em casa. Era a tal noite de que todos falavam… o Natal.

Sentia-se um ar especial e até eu tive direito a uma prenda que saboreei com todo o gosto…

Havia um ar diferente e no meu dono mostrava uma tristeza fora do comum. Deitei-me ao lado dele e ali ficamos até se fazer tempo de como todos os dias irmos ao jardim.

A rua anormalmente deserta deixava ouvir os sons de festa que saíam das casas onde parecia que todos se felicitavam e quando chegamos a casa o meu dono abraçou-se a mim e disse:

“- É meia-noite… feliz Natal princesa”

Senti naquele abraço que eu era a sua companhia e que mais que um guia era uma amiga para todos os tempos e tudo ficou ainda mais claro quando ao beijar-me perto dos olhos me disse que eu era o mais lindo presente que poderia ter recebido naquele Natal.

Senti-me muito importante e tenho a plena certeza que fui a estrela que brilhou na noite de um Natal que tirando o jantar na casa da avó seria passado tendo por companhia a solidão..

Sabem? Todas as noites antes de dormir tenho um beijinho de boa noite mas o da noite de Natal soube ainda melhor que os outros e acreditem que eles sabem tão bem…

Trabalhos e afectos

Grande parte dos meus dias são passados numa escola onde o meu dono que prefere mais a palavra amigo trabalha e onde existem muitos miúdos que mal me viram quiseram logo fazer-me festinhas e brincar comigo…

Eu cá não sou muito de me dar a essas coisas e até fico meio tímida dando a imagem de que tenho medo. O certo é que eu sei bem que quando vou em trabalho não me devo distrair e até agradeço que não me distraiam para que tudo saia na perfeição.

Agora passado um tempo eles já se habituaram a que tem de ser assim e alguns chegam mesmo a repreender aqueles que parecem ainda não conhecer as regras…

Sabem? Eles por vezes até comem umas coisinhas que eu não me importava de trincar mas sei que não pode ser assim e eles também parecem saber disso porque não me dão nada.

Os adultos desta escola são muito simpáticos para mim e adoro ouvir quando dizem que sou linda… não sou vaidosa mas adoro que me massagem o ego…

O meu dono diz que nunca recebeu tantas visitas no gabinete de trabalho… eu cá prefiro a caminha fofinha que me ofereceram onde bato umas boas sornas ou então ir dar uma voltinha ao bar ou à papelaria para ver aquela malta fixe…

Também vou ao refeitório onde me cresce água na boca mas a dieta é rigorosa… são os custos de uma beleza e saúde que quero a todo o custo preservar.

Sabem Também aprendi a gostar de música e até vou aos concertos que o meu dono dá e fico ali ao lado dele enquanto trabalha… é bom sentir de vez em quando uma festinha; sinto que mesmo a tocar sente saudades minhas e eu gosto disso…

Um a noite em Dezembro ele sentiu-se triste e sozinho eu ouvi chamar a esse dia Natal.

Acho que isso deve ser algo de especial porque as pessoas falavam muito nisso e até preparavam coisas diferentes mas isso fica para outra das minhas cantalices…

Iniciando a minha missão

Aquele dia 1 de Dezembro corria frio e a chuva fazia-se sentir forte e contínua. Mal sabia eu o que me esperava mas seria para isto que durante toda a minha vida fui educada e era hoje que iria começar a minha missão.

Saí do meu canto e a rotina de todas as manhãs foi cumprida como sempre aí estava eu pronta para mais um dia e lá fui para a escola mas hoje a recepção era diferente. Entre gente que eu tão bem conhecia estavam outras pessoas… pareciam vindas de longe e olhavam para mim de uma forma tão terna e dando a entender que me esperavam ansiosamente…

Apresentaram-me um homem ao lado do qual me fizeram sentar e ele ainda me deu mais a certeza de que era de mim que estavam mesmo à espera…

Muitos carinhos e grande alegria e aí estava eu novamente a brincar na relva com os meus amigos de sempre e com este estranho que agora estava ali perto de nós..

Os meus amigos foram embora e eu fiquei com o tal estranho e com a minha amiga que mais que uma amiga foi quem me ensinou tudo o que eu deveria saber para a minha missão no futuro…

Foi ali que senti verdadeiramente que iria começar uma nova história na minha vida de apenas 22 meses mas que já se revelava tão importante para as pessoas que me educaram e para este estranho que agora está ao meu lado e com quem tenho a sensação que vou ter de ficar algum tempo…

Começou a nossa aventura de nos adaptarmos um ao outro e com histórias giras… havia um gato meio maluco que nos saltava para cima e trazia um certo desanuviar ao ambiente de escola que ambos eu e o estranho estávamos a começar sob o olhar atento da nossa instrutora que sempre zelosa para que tudo corresse pelo melhor também se divertia tal como nós com as aventuras daquele felino passado dos carretos…

Voltei aos sítios de sempre com a minha educadora mas desta vez era o tal estranho que ia segurando o arnês que é o meu instrumento de trabalho…

Era agora ele que me alimentava e que me levava a fazer as minhas necessidades e era com ele que corriam todas as horas do meu tempo…

Essa semana passou e numa sexta de tarde um aperto no meu peito foi evidente ao sentir que a minha educadora se afastava ao mesmo tempo que eu iniciava uma viagem nem eu sabia para onde… cheguei àquela que me foi mostrada como sendo a minha casa e os primeiros 2 dias foram de muito descanso e na companhia do tal estranho que agora para mim já se tornava companhia um pouco mais desejada.

Que alegria quando naquela tarde de segunda estando eu no café com o meu companheiro do dia a dia que agora já parecia menos estranho vi surgir na porta aquela que partilhou comigo muitos momentos da minha vida….

Foi para mim uma sensação muito bonita e o primeiro pensamento foi logo:

Vens buscar-me não vens?

Mas a semana foi passando e o que fazíamos em Viseu e Coimbra, fazíamos agora neste lugar que eu ouvi chamar Faro…

A Sexta-feira chegou e eu notei na minha amiga um olhar triste e mais certeza tive de que nos iríamos separar por mais tempo que o habitual quando se despediu de mim e do meu companheiro.

Começava aqui verdadeiramente a história da minha vida de cão-guia entregue àquele de quem eu iria ser o olhar.